sábado, 28 de maio de 2016

Confiram!



BIBLIOTECA DE FERNANDO PESSOA ONLINE


Antes, a biblioteca pessoal de Fernando Pessoa só podia ser consultada na casa dele. Agora, é possível conferir esta riqueza na internet.

Isso mesmo galera, a biblioteca de Fernando Pessoa está disponível online e todas as obras podem ser pesquisadas por ano e ordem alfabética. Não é incrível? confira no link abaixo:

https://curadoriacolunastortas.wordpress.com/2016/01/26/fernando-pessoa/




sábado, 21 de maio de 2016

Caricatura dos blogers

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos - heterônimo

Caricatura de Fernando Pessoa


segunda-feira, 16 de maio de 2016

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

Proposta de atividade vincula à disciplina Literatura Portuguesa - Poesia com a orientação da Profª Lígia Menna e sob coordenação da Profª Joana Ormundo.
Grupo de letras - Campus Vergueiro
Universidade Paulista UNIP - SP



Plano de aula sobre Modernismo no Brasil para alunos do Ensino Médio



Ementa

Nesta aula pretende-se apresentar as principais características do movimento literário, com ênfase na "Semana de arte moderna" ocorrida em 1922 como marco importante desta fase no Brasil. 

Objetivos gerais:

Apresentar o movimento literário e sua importância para as artes de expressão nacional. 

Objetivos específicos:

  • Reconhecer a importância deste movimento no desenvolvimento artístico e social brasileiro, bem como sua influência na atualidade;
  • Reconhecer as principais características do movimento;
  • Indicar os principais autores e autoras desta época;
  • Interpretação de textos literários.
Recursos metodológicos:

Aula expositiva e datashow.

Avaliação:


Realização de uma atividade em grupo: leitura de poemas e pequenos textos dos autores modernista estudados em sala. Em seguida responder as seguintes questões:

1 - Exemplifique e comente as características do Movimento Literário Modernismo encontradas nos textos.

2 - Escolha um dos poemas e compare com alguma música, poema ou texto atual que você conheça. Justifique suas escolha com comentários envolvendo as semelhanças e diferenças entre os textos


Acesso em: 16/05/2016

Por: Grazziela de Almeida Santos, Erick de Oliveira e Maria José.
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

 Proposta de atividade vincula à disciplina Linguística com a orientação da Profª Ana Lucia e sob coordenação da Profª Joana Ormundo.
Grupo de letras - Campus Vergueiro
Universidade Paulista UNIP - SP

DICIONÁRIO DE TERMOS DA LINGUÍSTICA

Este dicionário visa reunir os diversos termos utilizados no curso de Letras seguindo vários autores e linhas teóricas das ciências da linguagem e seus segmentos. 

ØAlofone – Mudanças fonéticas no uso efetivo pelos falantes que fogem as regras estabelecidas pela gramática normativa ou pelas convenções ortográficas.

ØAlomorfe – Mudanças na forma das palavras que fogem as regras da gramática normativa ou convenções ortográficas.


ØAparelho da linguagem – Parte do cérebro onde residem as regras gerais de funcionamento de todas as línguas. Conforme um indivíduo tem contato com uma língua específica o aparelho é acionado para localizar as regras referentes a esta língua em questão, assim o indivíduo é capaz de aprendê-la em pouco tempo (ver “gerativismo”).

ØConsoante – São os sons expelidos com algum tipo de obstrução (ver “ponto de articulação”).


ØDesfocalização – Recurso de construção textual que permite desfocalizar algo que estava sendo dito introduzindo um novo objeto. Aquilo que foi desfocaliazado pode ser retomado ou “esquecido” no texto.

ØDiacronia – Estudo de fenômenos sociais e culturais em função do tempo, isto é, sua evolução.


ØDígrafo – Quando duas letras representam um som.

ØEncapsulamento – Recurso de construção textual que agrupa vários termos resumindo-os a apenas uma característica ou nome.


ØEstruturalismo – Corrente teórica que vê a língua como uma estrutura de signos e sentidos que podem ser descritos e analisados.

ØFone – Menor unidade de som de uma língua desprovido de significado e passível de representação (ver “fonema”).


ØFonema – Representação da menor unidade de som de uma língua, com valor distintivo e desprovido de significado (ver “fone”).

ØFonética – Área de estudos e classificações dos sons da fala.
oF. Acústica: Trata dos aspectos físicos dos sons, sua dispersão, propagação e etc.;
oF. Articulatória: Trata dos movimentos, ações e disposições do aparelho fonador;
oF. Auditiva: Trata das maneias como os sons são recebidos no aparelho auditivo;
oF. Experimental/Instrumental: Trata dos instrumentos tecnológicos que atuam nas propriedades dos sons.

ØFonologia – Estuda os aspectos no uso dos sons e suas variantes (ver “alofone”).
oF. Autossegmental: Afirma que os acentos e entonações são autônomos em relação à estrutura das frases;
oF. Lexical: Afirma que alguns fenômenos fonológicos fazem parte do léxico;
oF. Métrica: Afirma que a organização hierárquica “consoante-vogal” não depende da frase;
oF. Segmental: Estuda os segmentos da fala, isto é, seus fones, fonemas e alofones;
oF. Suprassegmental: Estuda os segmentos sonoros em conjunto com os segmentos sintáticos.

ØFuncionalismo – Corrente teórica que estuda a língua em uso efetivo (pragmático), isto é, leva em consideração todas as situações de comunicação entre os falantes.

ØGerativismo – Linha teórica que estuda as estruturas produzidas pelo aparelho da linguagem e as descreve (ver “gramática gerativa” e “aparelho da linguagem”).


ØGramática – São os aspectos estruturais no funcionamento da língua nos níveis fonético/fonológico, morfológico, sintático e semântico.
oG. Comparativa: Estudo que compara dois ou mais tipos de gramáticas;
oG. Descritiva/Expositiva: Descreve de maneira objetiva as diversas variantes de um dado momento, isto é, estudo sincrônico da estrutura de uma língua;
oG. Gerativa: Descreve a língua segundo regras fixas capazes de gerar todas as frases gramaticais dessa língua (ver “aparelho da linguagem”);
oG. Histórica: Estudo diacrônico ou pancrônico da estrutura de uma língua;
oG. Materna/Interna: Todo conhecimento gramatical adquirido pelo indivíduo desde seu nascimento. É também o principal objeto de estudos sociolinguísticos;
oG. Normativa/Prescritiva/Tradicional: Conjunto de regras que unificam o “bem falar e escrever” estabelecendo a chamada “norma culta” como variante de prestígio;
oG. Reflexiva/Teórica: Estuda de maneira ampla a estrutura da língua deixando pontos em aberto para reflexão;
oG. Universal: Conjunto de princípios universais presentes no funcionamento de todas as línguas.

ØGramema -  Morfema  ou vocábulo pertencente ao inventário fechado da língua.

ØLetra – Tentativa de representação gráfica dos sons de uma língua.


ØLexema – Vocábulo pertencente ao inventário aberto da língua.

ØLéxico – Palavra antes do uso, ou seja, repertório mental de termos de uma língua (ver “palavra”).


ØLíngua – Sistema heterogêneo de comunicação que tenha um código verbal estabelecido entre seus falantes.

ØLinguagem – Qualquer conjunto de símbolos de caráter comunicativo. Ex: Dança, musicalidade, escrita, sinais de fumaça, gestos, etc.


ØLinguística – Ciência que estuda os princípios gerais e particulares do funcionamento e evolução das línguas.

ØMáximas conversacionais – São as características que regem as situações comunicativas quanto a sua eficácia.
oInformatividade: Grau de contribuição para com o leitor ou ouvinte, isto é, nível de informações novas;
oModo/Clareza: Grau de respeito aos fatores coesivos de construção;
oPolidez/Adequação: Grau de adequação da linguagem na situação comunicativa, ou seja, nível de (in) formalidade;
oRelação/Pertinência: Grau de respeito a lógica interna do texto;
oQualidade/Veracidade: Grau de objetividade ou subjetividade no texto.

ØMorfema – Unidade mínima carregada de significado.
oM. Classificatório: Vogais temáticas nominais e verbais/vogais atemáticas, consoantes e tônicas;
oM. Derivacional: Morfemas que ajudam a criar palavras (afixos);
oM. Flexional Aditivo cumulativo: Dois ou mais acréscimos para indicar a mesma informação;
oM. Flexional Aditivo: Acréscimo de um morfema ou fonema para indicar uma informação;
oM. Flexional Alternativo: Troca de fones que indicam mudanças significativas;
oM. Flexional Latente: Somente o contexto pode indicar informações como gênero e número;
oM. Flexional Substrativo: Supressão de fones que indicam mudanças significativas;
oM. Flexional Zero: A ausência de um morfema indica a informação;
oM. Relacional: Morfemas que relacionam os períodos.

ØNominalização – Recurso de construção textual que particulariza um termo de maneira impessoal (semema).

ØPalavra – Termo genérico utilizado para se referir aos símbolos verbais de comunicação, ou código de uma língua.


ØPancronia – Estudo de fenômenos sociais e culturais tanto em momentos específicos quanto em sua evolução.

ØPonto de articulação – Maneira como os sons consonantais são obstruídos e quais as partes envolvidas nessa obstrução.
oSom Alveolar: Quando a lâmina toca os alvéolos;
oSom Bilabial: Quando os lábios se tocam;
oSom Labiodental: Quando os dentes inferiores tocam o lábio superior;
oSom Linguodental/Dental: Quando a ápice toca os dentes superiores;
oSom Palatal: Quando a lâmina toca o palato duro;
oSom Velar: Quando a lâmina toca o véu palatino.

ØPosto – Enunciado escrito, dito ou explícito.

ØPressuposto – Aquilo que ocorreu ou deve ser entendido como já acontecido para dar sentido ao texto. Ex: “Erick parou de fumar” – pressupõe-se que o Erick fumava.

ØRecategorização - Recurso de construção textual que muda um termo de sua categoria, isto é, deixa de ser uma coisa e passa a ser outra.


ØReferênciação – Recurso de construção textual que consiste em relacionar termos já ditos ou antecipá-los.
oRetomada Anafórica: Refere-se a algum termo dito anteriormente no texto;
oRetomada Catafórica: Refere-se a algum termo ainda não dito no texto, ou seja, antecipa este termo.

ØRotulação – Recurso de construção textual que avalia um termo e lhe atribuí características, nomes ou mesmo rótulos de maneira pessoal (virtuema).

ØSemivogal – Sons vocálicos considerados “fracos” que em Língua Portuguesa não podem formar sílabas sem a presença de uma vogal.


ØSigno – Toda unidade dotada de três níveis interpretativos: categorema, semema e virtuema.

ØSincronia – Estudo de fenômenos sociais e culturais num dado momento ou época específica.


ØSubentendido – Aquilo que se espera que o leitor ou ouvinte perceba ao ter contato com o texto, ou seja, informações de consequência. Ex: “Se Pedro não vier, Jacques não partirá” – subentende-se que “Se Pedro vier, Jacques partirá”.

ØVariação Linguística – Diversas modalidades de uso de uma mesma língua que garantem sua diversidade e evolução.
oV. Diafásica: Grau de (in)formalidade, contexto comunicativo;
oV. Diamésica: Diferenças entre oralidade e escrita;
oV. Diastrática: Aspectos sociais, econômicos, culturais, faixa etária, etc;
oV. Diatópica: Caráter geográfico.

ØVocábulo – “Palavra” em, isto é, escrita ou falada (ver “palavra”).

ØVogal – São sons expelidos sem obstruções.
oV. Abertas: Cujo som é agudo;
oV. Fechadas: Cujo som é grave;
oV. Orais: Quando o som sai completamente pela boca;
oV. Nasais: Quando parte do som sai pelo nariz.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BAGNO, Marcos. A norma culta. São Paulo: Editora Parábola, 2007.

CANÇADO, Márcia. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. São Paulo: Editora Contexto, 2011.

CRISTÓFARO, S. T. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. Ed. São Paulo: Editora Contexto, 2007.

DUCROT, Oswald. O dizer e o dito. São Paulo: Editora Pontes, 1987.

FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística. Vol. I e II. São Paulo: Editora Contexto, 2006/2007.

FIORIN, J. L. Elementos de Análise do Discurso. São Paulo: Editora Contexto, 2005.

KOCH, Ingedore Villaça & ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Editora Contexto, 2006.

Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da Língua Portuguesa / Caldas Aulete; [organizador Paulo Geiger]. Rio de Janeiro: Editora Lexikon, 2011.

PERINI, M. Princípios de linguística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. São Paulo: Editora Parábola, 2006.

TRAVAGLIA, Luiz & KOCH, Ingedore. A coerência textual. São Paulo: Editora Contexto, 2008.

Postado em 16/05/2016
Por: Erick Oliveira da Silva, RA: C646EI-3