segunda-feira, 1 de maio de 2017

Atividade Prática Supervisionada

Proposta de atividade vincula à disciplina Literatura Brasileira - Poesia com a orientação da Profª Simone e sob coordenação da Profª Joana Ormundo.

Grupo de letras - Campus Vergueiro
Universidade Paulista UNIP - SP

Introdução

Os livros didáticos são de extrema importância para o ensino nas escolas, pois, eles reúnem conteúdo e exercícios que auxiliam no trabalho do professor. Por esse motivo o Ministério da Educação e Cultura (MEC) criou o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) que tem como objetivo revisar materiais didáticos para garantir que escolas públicas recebam um material de qualidade e as escolas particulares possam escolher com mais propriedade dentre os muitos que existem no mercado.

Este trabalho consiste na avaliação de dois livros didáticos diferentes sendo um de linguagens (reconhecido pelo PNLD), isto é, reúne conteúdos de gramática, literatura e produção de texto, e o outro apenas de literatura (não reconhecido pelo PNLD).

Escolhemos um assunto presente em ambos os livros para realizar esta comparação e relacioná-los aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a fim de identificar se estes livros propõe o desenvolvimento das competências de Língua Portuguesa presentes nos PCNs.

Livro didático reconhecido pelo PNLD

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens: Volume 3: Ensino Médio. "A primeira fase do Modernismo. Os Andrades". 5. Ed. São Paulo: Atual, 2005.

Parte I

Análise Crítica do Capítulo

O capítulo analisado contextualiza o movimento literário e apresenta vida e obra dos dois autores mais importantes Oswald e Mario de Andrade. Esta contextualização é regrada de fragmentos de obras literárias e imagens de artes plásticas da época relacionadas ao movimento Modernista.

O contexto histórico está presente no capítulo, porém, não foi aprofundado, mencionou apenas os aspectos gerais da década de 1920 que influenciaram a Semana de Arte Moderna de 1922, rapidamente passa para a década de 1930 e fala pouco sobre as três “fases” do modernismo na poesia que são “Pau-Brasil”, “Verde-Amarelismo e Anta” e “Antropofagia”.

Quanto a parte prática o capítulo contém dois momentos de exercícios de leitura e compreensão dos aspectos históricos e estilísticos presentes nos textos. É importante reconhecer aqui a variedade de exercícios que permitem um reflexão do conteúdo e, além disso, no final do capítulo existe uma sugestão de leitura extraclasse de interpretação de texto que reforça as características do movimento com mais exercícios de reflexão.

Parte II

Perspectiva dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais)

A contextualização histórica presente no livro didático é de extrema importância para o ensino de Língua Portuguesa, pois, segundo os PCNs (Pág. 22):

Compreender a língua é saber avaliar e interpretar o ato interlocutivo, julgar, tomar uma posição consciente e responsável pelo que se fala/escreve. Toda fala/escrita é histórica e socialmente situada, sua atualização demanda uma ética.
O trabalho com a Língua deve ser então sócio-histórico-cognitivo que leva em consideração o contexto social do aluno e dá a ele poder de fala que segundo os PCNs “Dar espaço para a verbalização da representação social e cultural é um grande passo para a sistematização da identidade de grupos que sofrem processos de deslegitimação social.” (Pág. 20).

O livro didático apresenta nos exercícios de reflexão um espaço de verbalização que deve ser colocado como centro do trabalho didático.

Este material integra a literatura, produção de texto e a gramática, ou seja, o ensino tradicional de gramática agora é pautado em outras formas de linguagens. Essa postura é ancora nos PCNs que afirma que “os conteúdos tradicionais foram incorporados por uma perspectiva maior, que é a linguagem, entendida como um espaço dialógico, em que os locutores se comunicam.” (Pág. 23).

Livro didático não reconhecido pelo PNLD

CAMPEDELLI, Samira Yousseff; SOUZA, Jésus Barbosa. Literaturas brasileiras e portuguesas: Volume único. "Modernismo no Brasil-Primeira fase". 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

Parte I

Análise Crítica do Capítulo


O capítulo analisado traz muita intertextualidade com a matéria de artes, possibilitando aos alunos uma aula interdisciplinar e uma maior compreensão sobre o assunto. O livro dedica um número significativo de páginas, bem sintetizadas, com a intenção de orientar o aluno quanto a importância da Semana de Arte Moderna e sua influência direta na literatura.

Os autores do livro, colocam um breve contexto histórico, mas não aprofundam o assunto para que os alunos entendam melhor sobre quais são as mudanças históricas que estão ocorrendo no país e no pensamento de homens e mulheres para que estes, necessitem de uma nova literatura que rompa com o conservadorismo do movimento anterior. Há intertextualidade com a disciplina de história, porém, a aula que poderia ser interdisciplinar, não se faz possível através do texto que é muito breve.

Ao tratar mais a fundo sobre a semana de arte moderna nas páginas seguintes, os autores falam da hibridez desta semana e, para dar forma aos textos, utilizam os cartazes e textos da época. Desta forma, possibilitam a compreensão dos ideais aos quais os artistas se dedicaram.

O capítulo traz muita interpretação de texto (construção de sentidos) e de forma simples, acaba por fazer uma revisão dos possíveis gêneros textuais existentes, pois traz nos exercícios, análise de paródia, música, conto, prosa e outros, para que os alunos possam fixar e aprender a argumentar sobre o modernismo- Primeira fase e suas características.


A proposta do livro, é fazer com que os alunos, compreendam os ideais trazidos pela semana de arte moderna fazendo um link com os ideais trazidos pelos escritores na literatura; assim, ilustra que a mudança social, política,econômica e subjetivista, digamos assim, ocorre em todos os campos da arte e com os mesmos ideais.

O capítulo é inteiramente sobre literatura e, não aborda questões sobre análise morfológica ou sintática; não há correlação com o ensino de gramática pois foi construído para que os assuntos sejam tratados separadamente. 

Parte II

Perspectiva dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais)

A escola deverá organizar um conjunto de atividades que possibilite ao aluno desenvolver o domínio da expressão oral e escrita em situações de uso publico da linguagem, levando em conta, segundo os PCNs (Pág. 19):

Os papéis dos interlocutores, a avaliação que se faz do ‘outro’ e a expressão dessa avaliação em contextos comunicativos devem ser pauta dos estudos da língua. Dessa forma, podemos falar em adequação da linguagem a situações de uso.

E selecionar a partir disso, os gêneros adequados para a produção do texto, operando sobre as dimensões pragmáticas semânticas e gramaticais que segundo os PCNs (Pág. 21):

Toda e qualquer análise gramatical, estilística, textual deve considerar a dimensão dialógica da linguagem como ponto de partida. O contexto, os interlocutores, gêneros discursivos, recursos utilizados pelos interlocutores para afirmar o dito/escrito, os significados sociais, a função social, os valores e o ponto de vista determinam formas de dizer/escrever.
De acordo com os PCNs existem alguns gêneros que são privilegiados para a prática e leitura de textos.
Para que o aluno perceba a diferença entre esses gêneros e desperte o interesse pela leitura a autonomia para ler textos diversos adequados a condição atual do aluno.

O aluno venha ter interesse pela leitura e escrita como fonte de informação, aprendizagem, lazer e arte, questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição e a capacidade de análise crítica.

Considerações finais

Chegamos à conclusão de que o livro de linguagens está mais próximo da perspectiva proposta pelos PCNs e por isso faz parte do PNLD, pois, abrange as áreas da linguagem de maneira harmônica ai invés de focar em cada um dos “setores” separadamente. 

Referências Bibliográficas

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Parte II: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2000.

CAMPEDELLI, Samira Yousseff; SOUZA, Jésus Barbosa. Literaturas brasileiras e portuguesas: Volume único. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens: Vomule 3: Ensino Médio. 5. Ed. São Paulo: Atual, 2005.

Publicado por 

Erick Oliveira da Silva                                 RA: C646EI-3
Grazziela A. dos Santos                             RA: C5853D-2
Maria José dos Santos                               RA: C418AH-3

Mariana Paiva                                             RA: C5584F-9 


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Um bom livro didático,ao meu ver,deve ser o linguagens, mesmo que ainda não esteja 100% adequado pois aborda os temas propostos pelo MEC de forma dinâmica e integrada, assim como acontece na vida real. Não nos deparamos com cada coisa em seu lugar no mundo. É tudo muito hibrido e,essa forma de aprendizagem, facilita a possibilidade de interação do aluno com o mundo que o cerca, de ampliação de conhecimento de mundo e dinamismo.
    Vejo um problema na parte que aborda o conteúdo histórico.Seria interessante uma aula em conjunto com o professor de história (utopia) e a possível indicação do próprio programa PNLD dentro do livro de Linguagens,de um livro de história reconhecido pelo programa para ser usado em paralelo quando o professor for explicar o conteúdo histórico.

    Grazziela Almeida

    ResponderExcluir